hueso

"O compromisso do poeta é escrever um copo
real, algo sublime que sirva para algo mais
que viver. Viver nunca satisfez.
Pedir essência, pedir medula, pedir osso:
pedir endurecimento da areia, se a areia
já é frágil, leve de pé, véu de pé,
é pedir pedra calcária, sedimento. Para a sede
de você desnuda como descer ao Pré-cambriano.
Algo terrível nos aconteceu e nós percebemos:
o osso que pedimos ao poema era o mesmo
osso que o osso da África
mesmo que quiséssemos pedra.
As areias da África estão cheias de poemas."

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"El compromiso del poeta es escribir un vaso
real, algo sublime que sirva para más
que vivir. Vivir no alcanzó nunca.
Pedir esencia, pedir médula, pedir hueso:
pedir endurecimiento de la arena, si la arena
ya es frágil, leve de pie, velo de pie,
es pedir roca caliza, sedimento. Para la sed
de ti desnuda como bajar al precámbrico.
Algo terrible nos pasó y nos dimos cuenta:
el hueso que pedimos al poema era el mismo
hueso que el hueso de África
aunque quisiéramos roca.
Las arenas de África están llenas de poemas."

de: Alegrial, 1997.
en: Manto, p.202.

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