"A lógica é nos fazermos prisioneiros
do que nunca teremos. Jesus,
que não conheceu o suspiro mas sim a suspeita
de quem o escutava. Coraçãozinho, coraçãozinho,
exclamou, tudo está aí. O problema não está onde,
igual que o pássaro, parece que está: na mecânica
quântica, na segunda lei da termodinâmica. Aí,
coraçãozinho, tudo está aí. Debaixo daqui,
debaixo deste peito,
o oculto que nos faz caminhar. Aí,
nessa rama, o canto que nos faz ouvir, remanso.
Nisso veio, disse, comeu peixe assado, bebeu vermelho do melhor,
ou seja, do que havia, nisso que
está aí veio. A lógica
é nos fazermos prisioneiros na gaiola
do nunca (os pássaros sempre estão com ele)
do que nunca vamos ter."
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"La lógica es tenernos prisioneros
de lo que no tendremos jamás. Jesús,
quien no conoció el suspiro pero sí la sospecha
de quienes lo escuchaban. Corazoncito, corazoncito,
exclamó, todo está ahí. El problema no está donde,
igual que el pájaro, parece que está: en la mecánica
cuántica, en la segunda ley de la termodinámica. Ahí,
corazoncito, todo está ahí. Debajo de aquí,
debajo de este pecho,
lo oculto que nos hace caminar. Ahí,
en esa rama, el canto que nos hace oír, remanso.
En eso vino, dijo, comió pescado, bebió rojo del mejor,
o sea del que había, en eso que
está ahí vino. La lógica
es tenernos prisioneros en la jaula
del jamás (los pájaros siempre están con él),
de lo que no vamos a tener jamás."
de: La vida mantis, 1993.
en: Manto, p.101-102.
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